Pensamentos confusos de uma bibliotecária, um misto de informação, cultura e confissões da vida de uma profissional de 36 anos.
segunda-feira, 6 de junho de 2005
Minhocão
Como de costume, todo domingo vou pedalar no Elevado Costa e Silva, "minhocão" e depois fazer a feira na Santa Cecília. Quando cheguei em São Paulo em 2000, eu e minha amiga após 2 meses, dividindo um apartamento super caro com mais 3 garotas, decidimos procurar apartamentos mais próximos do centro, do trabalho, e aí todo falavam para irmos na direção do "minhocão" onde era mais barato. Alugamos um apartamento de frente ao minhocão, que logo entenderíamos o porquê deste custo, não demoraria para uma bala perdida ir parar na sacada, a impossibilidade de comunicar-se dentro do apartamento, que carinhosamente, o apelidamos de "muquifo". Éramos em três estagiárias de biblioteconomia, vindas da UFSCar, em busca de um aprendizado nas grandes empresas de São Paulo, novos desafios, oportunidades, deixando a qualidade de vida. Ontem eu levei minha amiga Maria para conhecer o "minhocão", é um desses lugares, que você têm que conhecer estando em São Paulo, faz parte, reflete o dia-a-dia maluco desta cidade que nunca pára. Como o "minhocão" fica interditado no domingão, carros dão lugar á crianças correndo, pedalando, jogando bola, brincando de pega pega, os fios elétricos com extensões ligadas aos prédios vêm dar música, ligar as geladeiras, cheias de cervejas, e até a televisão para assistir ao jogo de futebol. Sempre conserto minha bicicleta na bicicletaria ali instalada, o atendimento é bom e o preço melhor ainda. Cansado de correr? Pausa para uma água ou um refrigerante. Ou melhor vamos dar uma olhadinha nos artesanatos... Os moradores de frente ao minhocão, observam, descansam sentados nas janelas dos prédios, ao som de muito samba e pagode, enquanto os mais agitados dançam lá embaixo. Pra que praia se podemos tomar sol no minhocão? E assim caminha a cidade de São Paulo... Nos faz questionar, a falta de lugares para lazer, o desemprego, mais o sorriso no rosto deste povo lutador, de um país, onde a desigualdade é vice campeã no mundo, é tão marcante, tão cativante, e a relação de amor e ódio, para com o país x governantes se torna cada vez mais forte.
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